Referência bibliográfica:
Meneses, B.M. (2012) - Influência das práticas agrícolas e da cobertura vegetal na variação da erosão hídrica do solo - Comparação entre a erosão hídrica observada e a erosão hídrica real estimada pela EUPS. III Encontro de Sistemas de Informação Geográfica - Aplicação SIG em Recursos Agro-Florestais e Ambiente, IPCB, Castelo Branco, pp. 80-81.
Palavras
chave: SIG; Erosão hídrica; Ocupação do solo; Exposição
de vertentes, Disposição de culturas ao longo de vertentes.
Meneses, B.M. (2012) - Influência das práticas agrícolas e da cobertura vegetal na variação da erosão hídrica do solo - Comparação entre a erosão hídrica observada e a erosão hídrica real estimada pela EUPS. III Encontro de Sistemas de Informação Geográfica - Aplicação SIG em Recursos Agro-Florestais e Ambiente, IPCB, Castelo Branco, pp. 80-81.
1Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa, Departamento de Geografia e Planeamento Regional, Lisboa. Portugal. santana.meneses@gmail.com
RESUMO
A cobertura vegetal do solo e as culturas que nele se praticam têm influência
na variação espacial da perda de solo por erosão hídrica. Esta constatação
obteve-se após a monitorização da erosão hídrica através de estacas graduadas
colocadas estrategicamente em solos ocupados por olival, vinha, culturas de
centeio e floresta em duas vertentes com diferentes exposições (NW e SE) na
Freguesia de Gouviães (Concelho de Tarouca) no período entre 01/12/2010 e
30/05/2011. Estes dados compararam-se com os resultados obtidos pela Equação
Universal da Perda de Solo (EUPS), aferindo-se assim a robustez deste modelo na
estimativa da perda média anual de solo. Neste procedimento destaca-se o
recurso aos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para a obtenção dos fatores
que integram a EUPS e no respetivo cálculo da erosão hídrica real.
Através da monitorização pelas estacas observou-se que a erosão hídrica na
vertente exposta a SE é superior (rebaixamento médio junto às estacas de
0,76cm) face à vertente exposta a NW (rebaixamento médio de 0,60cm), embora nesta
última a precipitação média anual seja superior à da primeira, conforme os
valores calculados pelo Modelo Numérico de Precipitação. Na vertente exposta a
NW também se comparou os resultados da erosão em áreas de vinha (pouca
cobertura vegetal) de acordo com a sua disposição (alinhamento da plantação das
videiras) relativamente ao sentido de inclinação da vertente. Nestes locais
observou-se maior erosão do solo na vinha plantada perpendicularmente ao sentido
de inclinação da vertente face à vinha plantada paralelamente, resultados
explicados pela disposição dos sulcos antrópicos feitos junto às videiras. Comparando
os resultados das áreas agrícolas nas duas vertentes, isto é, com intervenção
antrópica, com as áreas sem intervenção antrópica, ou seja, áreas ocupadas por
matos e floresta (maior coberto vegetal), verifica-se que a erosão é superior nas
primeiras (rebaixamento médio de 0,81cm) face
às segundas (rebaixamento médio de 0,71cm). Com estas
observações evidencia-se a influência das atividades agrícolas e a reduzida cobertura
vegetal do solo no aumento da erosão hídrica nas áreas monitorizadas.
Pela comparação dos resultados da erosão hídrica observada junto às
estacas, com os resultados estimados pela EUPS, verificou-se que na vertente
exposta a NW os resultados variam no mesmo sentido, ou seja, quanto maior é o
rebaixamento obtido junto a cada estaca maior é o valor da perda de solo obtido
no modelo (valor do pixel onde se localiza a estaca) e vice-versa, enquanto na
vertente exposta a SE, há uma variação contrária entre os dois tipos de dados. Os
resultados obtidos através da EUPS traduzem o elevado peso fator topográfico na
estimativa da perda média anual de solo e a pouca importância do fator
cobertura vegetal e prática agrícola, visto que nas áreas de pinhal e mato o
resultado foi elevado (2,66 e 0,16 ton.ha-1.ano-1,
respetivamente) em relação ao que se observou no campo (0,58 e 0,83cm de
rebaixamento, respetivamente) face às áreas cultivadas com centeio e olival (0,23 e 0,58 ton.ha-1.ano-1,
respetivamente) onde os valores de rebaixamento observados foram de 0,91
e 0,70cm, respetivamente.
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