sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Análise das alterações do uso e ocupação do solo no Vale do Varosa (Portugal) mediante imagens Landsat-TM e sua influência na conservação do solo

Referência bibliográfica:
Meneses, B. M. (2013): “Análise das alterações do uso e ocupação do solo no Vale do Varosa (Portugal) mediante imagens Landsat-TM e sua influência na conservação do solo.”, GeoFocus (Artículos), nº 13-1 , p. 270-290. 
http://geofocus.rediris.es/2013/Articulo12_2013_1.pdf

RESUMO
A paisagem do Vale do Varosa sofreu grandes modificações nos últimos anos devido a vários fatores, dos quais se destaca a alteração da ocupação do solo. A avaliação da conservação do solo e a quantificação das alterações na paisagem deste vale nas últimas três décadas constituem os objetivos deste estudo. Os resultados obtidos revelam a variação da área dos clusters determinados pela classificação não supervisionada da ocupação do solo a partir das imagens do satélite Landsat 5TM de 1984 e 2011, evidenciando-se nestes a expansão de áreas florestais e urbanizadas. Comparou-se os índices de vegetação por diferença normalizada (NDVI) destes dois anos com os resultados anteriores para perceber as alterações no uso e ocupação do solo, verificando-se aqui o aumento de vegetação nas áreas agrícolas abandonadas e a redução da cobertura vegetal devido aos incêndios florestais, fator com influência na quantidade de solo perdido pelos processos erosivos e na alteração da paisagem.
           
Palavras-chave: Uso e ocupação do solo, Conservação do solo, Paisagem, Landsat-TM.


ANALYSIS OF LAND USE AND LAND COVER CHANGES IN THE VALLEY OF THE VAROSA (PORTUGAL) BY LANDSAT-TM IMAGES AND ITS INFLUENCE ON SOIL CONSERVATION

ABSTRACT
The landscape of the Varosa Valley underwent major changes in recent years due to several factors, among which stands out the land use change. The evaluation of soil conservation and quantification of landscape changes in this valley over the past three decades are the objectives of this study. The results show the variation of the area of clusters determined by unsupervised classification of land cover from Landsat 5TM images from 1984 and 2011, demonstrating the expansion of these forest and urbanized areas. We compared the normalized vegetation index (NDVI) of these two years with the previous results to perceive changes in the use and occupation of land, verifying the increase of vegetation cover on abandoned agricultural areas and the reduction of vegetation cover due to forest fires, a factor which affects the amount of soil lost by erosion processes and landscape changes.

Keywords: Use and land cover, Soil conservation, Landscape, Landsat-TM.
http://geofocus.rediris.es/2013/Articulo12_2013_1.pdf

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

OS INCÊNDIOS FLORESTAIS E A QUALIDADE DA ÁGUA

*Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa

Referência bibliográfica:
Meneses, B.M. (2013) - Os incêndios florestais e a qualidade da água. Livro de Resumos do VIII Congresso Ibérico de Gestão e Planeamento da Água, Lisboa, p. 95. http://8cigpa.lis.ulusiada.pt/

Resumo
Os incêndios florestais são responsáveis por grandes problemas ambientais, desde a emissão de enormes quantidades de poluentes para a atmosfera, como na alteração da qualidade da água, devido ao arrastamento pela água de escorrência superficial de determinados elementos químicos das áreas ardidas para os cursos de água. Nesta comunicação apresenta-se a avaliação das alterações da qualidade da água da Ribeira de São Domingos (Região Oeste de Portugal), após ter recebido água que escorreu superficialmente de uma área ardida no Planalto de Cezaredas. Os resultados obtidos indicam haver input de nutrientes na água, mas em reduzidas concentrações, não pondo em causa a saúde do Homem caso haja consumo das mesmas. De todos os elementos químicos avaliados (Ca, Mg, K e Na), destaca-se o Ca com as maiores concentrações, devendo-se também à maior disponibilidade natural do mesmo na área em estudo.

Palavras chave: Água, Incêndios Florestais, Precipitação, Escorrência Superficial, Nutrientes.


1. Os incêndios florestais e a qualidade da água

Os efeitos causados pelos incêndios florestais na qualidade da água têm sido pouco estudados pela comunidade científica e desvalorizados no geral, sobretudo porque os efeitos não se manifestam imediatamente após a ocorrência destes eventos.
A alteração da qualidade da água evidencia-se quando ocorre a primeira precipitação capaz de gerar escorrência superficial em vertentes ardidas, da qual resulta o transporte de elementos químicos até aos cursos de água, causando problemas a jusante (Landsburg e Tiedemann, 2000; Alexander et al., 2004; Sheridan et al., 2004; Angeler e Moreno, 2006; Smith et al., 2011). Estes devem-se sobretudo à alteração do pH e aumento do teor de nutrientes nas águas dos canais de drenagem que receberam água das áreas ardidas (Meneses, 2013), refletindo-se estes aumentos na perturbação do biota ou no bem-estar do Homem, se estas águas forem consumidas sem tratamento prévio.
Portugal Continental apresenta as condições ideais para a ocorrência de incêndios florestais, por um lado devido ao clima (período chuvoso durante o Inverno e Primavera que permite o desenvolvimento da vegetação, e quente durante o Verão o que proporciona a redução da humidade, condição ideal para a ocorrência de incêndios florestais) (Meneses e Sarmento, 2012), por outro devido ao tipo de material ou combustível presente nas florestas deste território (e.g. espécies resinosas, eucaliptos, entre outros). Neste território os incêndios florestais são um dos fenómenos com maior impacto ambiental, desde a emissão de poluentes para a atmosfera, mas também pela acentuação de processos hidrológicos e erosivos (Shakesby et al., 1996; Meneses, 2011), refletindo-se estes últimos na perda de qualidade da água, pela conetividade existente entre os processos que ocorrem nas vertentes ardidas e os cursos de água a jusante (Ferreira et al., 2010).

2. Metodologia

Para a avaliação da migração de elementos químicos de áreas ardidas para as águas de rios e ribeiras selecionou-se o Planalto de Cezaredas (localizado na Região Oeste de Portugal) onde ocorreu um incêndio florestal recentemente. Esta área ardida é drenada diretamente para a Ribeira de São Domingos que vai desaguar no Rio de São Domingos, desaguando este último curso de água na Barragem de São Domingos. Esta migração ou arrastamento de elementos químicos ocorre sobretudo quando se proporciona escorrência superficial nas vertentes ardidas, sendo importante neste desencadeamento a quantidade de precipitação que cai sobre as mesmas.
Assim, monitorizou-se a ocorrência de precipitação junto às áreas ardidas e, selecionou-se dois locais de amostragem na Ribeira de São Domingos entre estas áreas, localizando-se um a montante da área ardida (água de referência) e o outro a jusante (imediatamente após a área ardida). Em cada local fez-se a colheita de quatro amostras de água após os episódios de maior precipitação que ocorreram depois da extinção do incêndio. Estas foram, posteriormente, analisadas em laboratório, onde se determinou a concentração das bases de troca (Ca, Mg, K e Na), pH e teor de sais.

2.1. Área de estudo

A área de estudo localiza-se no norte da área administrativa do Concelho da Lourinhã e compreende a área ardida resultante do incêndio florestal que ocorreu no Planalto de Cezaredas (Fig. 1), a 19 de julho de 2012.
Esta área ardida interseta várias linhas de água temporárias (sazonais) e, também, a Ribeira de São Domingos. Devido ao relevo deste planalto, uma parte da área ardida (28,87ha) é drenada para W, através de linhas de água temporárias que desaguam na Ribeira de São Domingos, muito próximo da localidade de Pena Seca; a restante área ardida (19,29ha) é drenada diretamente para esta ribeira, sendo as vertentes afetadas (a norte da ribeira), caraterizadas pelo fraco declive nas áreas de maior altitude e declives mais acentuados (>35 graus) para jusante, com alguns “socalcos” no setor intermédio. De destacar ainda a presença de pequenos terraços fluviais no fundo de vale.


Figura 1 - Enquadramento geográfico da área de estudo, com representação da área ardida e locais selecionados para a colheita de amostras de água.

Na área ardida predominam os solos litólicos (não húmicos e pouco insaturados). Estes eram ocupados, essencialmente, por floresta de carrasco e eucaliptos, com alguns pinheiros mansos e bravos, carvalhos, sobreiros e medronheiros. Existiam ainda algumas áreas ocupadas por vegetação arbustiva (giestas, tojo, silvas, entre outros), nomeadamente, junto à Ribeira de São Domingos.
Quanto ao clima, a área de estudo encontra-se na transição da região de clima marítimo litoral oeste (amplitude térmica muito atenuada, com frequência de nevoeiros de advecção durante as manhãs de verão) para a região de clima marítimo de fachada atlântica (verão moderado com o máximo médio do mês mais quente entre 23º a 29ºC e inverno moderado com o mínimo médio do mês mais frio entre 4º a 6ºC).
Em função da localização da área ardida, definiu-se os locais de amostragem na Ribeira de São Domingos, sendo um a montante (água de referência) e outro a jusante (pontos A e B na Figura 1, respetivamente).

2.2. A precipitação

Após a ocorrência do incêndio florestal no Planalto de Cezaredas, monitorizou-se através do website do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) a precipitação diária nas estações meteorológicas em funcionamento mais próximas à área ardida (Areia Branca, Baleal, Barragem de Magos, Rego da Murta, Sobral da Abelheira e São Julião do Tojal), para se efetuar as colheitas de amostras de água na Ribeira de São Domingos. O primeiro episódio pluvioso que se destaca com precipitação média diária acima de 10mm ocorreu a 25-09-2012, com o máximo de 12,23mm nas estações meteorológicas consideradas (Fig. 2), colhendo-se as primeiras amostras de água a 27-09-2012. O segundo episódio pluvioso com elevada precipitação (23,53mm de precipitação média diária) ocorreu a 18-10-2012 e colheram-se as amostras a 19-10-2012. Após este episódio sucederam-se vários episódios de precipitação, colhendo-se as terceiras amostras de água a 01-12-2012 (15,2mm de precipitação média máxima diária máxima no episódio pluvioso antecedente a esta colheita). As últimas amostras de água colheram-se já a 16-01-2013, sendo que no episódio pluvioso antecedente a esta colheita verificou-se a precipitação média diária máxima de 6,44mm.


Figura 2. Variação da precipitação média diária registada entre 19/07/2012 e 17/01/2013 nas estações meteorológicas em funcionamento mais próximas ao Planalto de Cezaredas (Areia Branca, Baleal, Barragem de Magos, Rego da Murta, Sobral da Abelheira e São Julião do Tojal), com representação dos dias selecionados para a colheita de amostras de água.

2.3. Metodologia analítica

A determinação do pH na água, ou medida da atividade dos iões H+, fez-se com recurso ao potenciómetro com elétrodo de vidro combinado. Este foi calibrado com as soluções pH 4 e pH 7 (Póvoas e Barral, 1992), encontrando-se estas à mesma temperatura da água em análise.
A condutividade elétrica é o parâmetro mais utilizado para expressar a concentração de sais solúveis na água, correspondendo à medida da capacidade de um material em conduzir eletricidade (parâmetro oposto da resistividade elétrica), aumentando proporcionalmente à medida que a concentração de sais também aumenta (Holanda et al., 2010). Segundo Póvoas e Barral (1992), a condutividade é a condução da eletricidade por um processo de transferência de massa das soluções de eletrólitos. Para a determinação da concentração de sais solúveis nas águas colhidas, no laboratório recorreu-se ao condutivímetro com compensação automática de temperatura para a respetiva estimativa de sais.
A determinação das bases de troca (Ca, Mg, K e Na) fez-se nas várias amostras de água e nos ensaios em branco. A primeira foi diluída até se obter a sua leitura no espectrofotómetro UV/visível dentro dos limites indicados para cada elemento. Nesta quantificação das bases de troca por espectrofotometria de absorção atómica (Lucas e Sequeira, 1976), utilizou-se um espectrofotómetro da marca Perkin-Elmer, modelo 2380.

3. Variação do pH e teor de sais nas águas colhidas na Ribeira de São Domingos


Nas águas analisadas distinguem as águas colhidas a jusante da área ardida, das águas colhidas a montante pela maior concentração de sais solúveis, conforme se pode observar pelo gráfico da variação da condutividade elétrica (Fig. 3). Estes resultados revelam o arrastamento de sais da área ardida pela água de escorrência superficial. Contudo, verifica-se que a disponibilidade dos sais solúveis, tanto nas áreas ardidas, como nas áreas não afetadas pelo incêndio florestal, vai diminuindo com o passar do tempo (perdas ao longo do período de monitorização em função da precipitação ocorrida), daí as águas da quarta colheita apresentarem os teores de sais mais reduzidos do conjunto.


Figura 3. Variação da condutividade elétrica e pH nas águas colhidas a montante (A) e jusante (B) da área ardida.
 
Quanto ao pH das águas analisadas, verificou-se que este aumentou ao longo do período de monitorização (Fig. 3), com exceção das águas colhidas no segundo momento a jusante da área ardida (coincidente com o período em que ocorreu mais precipitação). Nas águas colhidas no primeiro e terceiro momento destaca-se o pH mais elevado nas águas colhidas a jusante da área ardida, revelando estes resultados a interferência das águas que escorreram das áreas onde ocorreu o incêndio florestal. Entre as águas colhidas no terceiro e quarto momento a jusante da área ardida não se verificou grandes diferenças de pH, mas na água de referência (colhida a montante) verificou-se valores de pH mais elevados, podendo estes resultados ser influenciados pela quantidade de precipitação ocorrida nos períodos pluviosos antecedentes, mas também pela regeneração da vegetação que, de certa forma, condicionou a escorrência superficial que ocorreu nestas áreas queimadas.

4. Nutrientes arrastados pela escorrência superficial da área ardida no Planalto de Cezaredas para a Ribeira de São Domingos

O teor de nutrientes nas águas analisadas também se diferencia entre as águas colhidas a jusante da área ardida, das águas colhidas a montante. A jusante verificou-se sempre concentrações superiores dos elementos químicos analisados (Fig. 4), com exceção do Ca nas águas da primeira colheita. Estes resultados confirmam o arrastamento destes elementos químicos pela água de escorrência superficial da área ardida e o consequente input nas águas da Ribeira de São Domingos, alterando a sua qualidade. Contudo este aumento de teores não é muito acentuado, face ao verificado nas águas a montante, onde não há interferência das águas escoadas das áreas ardidas.


Figura 4. Variação do teor de nutrientes nas águas colhidas a montante (A) e jusante (B) da área ardida.

A maior diferença entre teores de nutrientes verificou-se no K das águas da primeira colheita, revelando os resultados obtidos o fácil arrastamento deste nutriente pelas primeiras águas de escorrência superficial que ocorreu nas áreas ardidas, visto que esta diferença vai reduzindo entre as águas colhidas a montante e jusante desta área com o passar do tempo, até valores muito próximos já no final do período de monitorização.
Quanto ao Mg e Na, as diferenças entre os teores observados nas águas colhidas a montante e a jusante da área ardida são muito idênticas ao longo do período de monitorização. Pelos teores obtidos nestes elementos é bem explícito o input dos mesmos na água da ribeira, em consequência do arrastamento que ocorreu pela água de escorrência superficial das áreas ardidas.
De todos os nutrientes analisados, verificou-se que o Ca é o nutriente que apresenta a maior concentração nas águas colhidas nos dois locais selecionados. Estes resultados podem explicar-se pela maior disponibilidade natural deste elemento nestas áreas essencialmente calcárias.
Também é visível pela análise dos gráficos da Figura 4 a redução da disponibilidade destes elementos químicos nas áreas queimadas e não queimadas ao longo do tempo. De referir ainda que as últimas colheitas realizaram-se após sucessivos eventos pluviosos, o que pode ter causado a diluição destes elementos na água da ribeira em análise (variação do caudal).

4. Considerações finais

Os resultados obtidos revelaram haver alteração da qualidade das águas dos cursos superficiais a jusante da área ardida, em função da migração dos elementos químicos que ocorreu nestas áreas. No geral, verificou-se um aumento das concentrações das bases de troca e sais solúveis nas águas colhidas a jusante das áreas ardidas e, também, alteração do seu pH. Verificou-se que nos primeiros eventos pluviosos ocorreu maior input de nutrientes nas águas, devendo-se nestes casos à maior disponibilidade dos mesmos nas vertentes ardidas, tornando-os mais suscetíveis de serem transportados pelas águas de escorrência superficial. Nas águas das últimas colheitas, observaram-se menores concentrações, devendo-se à menor disponibilidade dos mesmos nestas vertentes e, também, à regeneração da vegetação, que condicionou a escorrência superficial, sobretudo, por favorecer a retenção da água da precipitação, através da infiltração. Os resultados obtidos nesta investigação revelam a importância da avaliação dos impactos causados pelos incêndios florestais na qualidade das águas, alertando para a necessidade de se controlar os parâmetros químicos das mesmas após estes eventos e durante os primeiros episódios de precipitação capazes de gerar escorrência superficial, sobretudo quando estas águas se destinam ao consumo humano.

5. Referências bibliográficas

Alexander, S.J. Grace, M. e Mckelvie, I. (2004): “Effect of bushfires on receiving waters, eastern Victoria”, First Interim Report to the Department of Sustainability and Environment (May 2004), Water Studies Centre, School of Chemistry, Monash University, Australia.
Angeler, D. e Moreno, J. (2006): “Impact-recovery patterns of water quality in temporary wetlands after fire retardant pollution”, Forest Ecology and Management, n.º 234, S160.
Ferreira, A.D. Coelho, C. Silva, J.S. e Esteves, T. (2010): “Efeitos do fogo no solo e no regime hidrológico”, em Moreira, F.; Catry, F.X. Silva, J.S. e Rego, F., Ecologia do fogo e gestão de áreas ardidas, 21-48.
Holanda, J.S. Amorim, J.R. Neto, M.F. e Holanda, A.C. (2010): “Qualidade da água para irrigação”, em INCTSal, Manejo da salinidade na agricultura: Estudos básicos e aplicados, Fortaleza, 43-61.
Landsburg, J.D. e Tiedemann, A.R. (2000: “Fire management. In Drinking water from forests and grasslands: A synthesis of the scientific literature”, General Technical Report SRS-39, Asheville. NC: USDA Forest Service, Southern Research Station. Edited by Dissmeyer, G.E., 124-138.
Lucas, M.D. e Sequeira, E.M. (1976): “Determinação do Cu, Mn, Fe, Ca, Mg, K e Na por espectrofotometria de absorção atómica e fotometria de chama”, Pedologia, n.º11, 163-169.
Meneses, B.M. (2011): “Erosão Hídrica do Solo. Caso de Estudo do Concelho de Tarouca”, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
Meneses, B.M. (2013): “Influência de um fogo florestal na qualidade da água da Ribeira de São Domingos localizada na Região Oeste de Portugal”, Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa.
Meneses, B.M. Sarmento, H. (2012): “Avaliação da distribuição espacial de incêndios florestais no Concelho de Tarouca”,  III Encontro de Sistemas de Informação Geográfica - Aplicação SIG em Recursos Agro-Florestais e Ambiente, IPCB, Castelo Branco, 39-40.
Póvoas, I. e Barral, M.F. (1992): “Métodos de análise de solos”, Série de ciências agrárias, Instituto de Investigação Cientifica Tropical, MPAT, Lisboa.
Shakesby, R.A. Boakes, D.J. Coelho, C.O. Gonçalves, A.J. e Walsh, R.P. (1996): “Limiting the soil degradational impacts of wildfire in pine and eucalyptus forests in Portugal: A comparison of alternative post-fire management practices”, Applied Geography, n.º16 (4), 337-355.
Sheridan, G. Lane, P. Grayson, R. Noske. P. e Feikema, P. (2004): “Preliminary analysis of pre and post bushfire water quality data from hydrologic stations in Eastern Victoria (Interim Report)”, Forest Science Centre, Research Report for the Bushfire Recovery Program, 1-32.
Smith, H.G. Cawson, J. Sheridan, G.J. Lane, P.N. (2011): “Desktop review – Impact of bushfires on water quality”, Forests and Water Group, Department of Forest and Ecosystem Science, Melbourne School of Land and Environment, University of Melbourne, 1-40.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

DIVULGAÇÃO DE GEOPATRIMÓNIO ENTRE CASCAIS E O GUINCHO

DISCOVERING THE GEOHERITAGE BETWEEN CASCAIS AND GUINCHO

Referência bibliográfica: 
Azevedo, R. & Meneses, B.M. (2013) - Discovering the Geoheritage between Cascais and Guincho. Livro de Atas do Congresso de Comunicação de Ciência “SciCom PT 2013”, Lisboa. http://comunicacaodeciencia.files.wordpress.com/2012/11/livro_abstracts_scicom_final.pdf

O Geopatrimónio corresponde ao conjunto de valores que representam a Geodiversidade do território, compreendendo o património geomorfológico, geológico, hidrológico, pedológico, entre outros (Rodrigues, 2008). Os geomorfossítios integram o Geopatrimónio. Estes conjugam elementos naturais e elementos geomorfológicos singulares e são reconhecidos como uma das fontes de riqueza natural de determinados territórios, emergindo actualmente como fontes de potencial retorno económico enquanto atracões geoturísticas. Ainda de oferta limitada em Portugal, o geoturismo adivinha-se um sector de franco futuro crescimento, dado o vasto e riquíssimo património geológico e geomorfológico disponível.


http://comunicacaodeciencia.files.wordpress.com/2012/11/livro_abstracts_scicom_final.pdf

Authors: Rita Melo Azevedo, Instituto Superior de Agronomia; Bruno M. Meneses, Instituto Superior de Agronomia.
Topic: Public Involvement

DISCOVERING THE GEOHERITAGE BETWEEN CASCAIS AND GUINCHO

Geomorphosites and geosites are a combination of natural elements with geomorphologic and geologic singular elements, respectively. Recognized as natural resources in some territories, these currently emerge as potential sources of economic return due to their geotouristic interest. Although still a limited market in Portugal, geotourism is expected to grow in the near future because of the vast and rich geologic and geomorphologic heritage available in the country.
A 9 Km long bicycle track, running along the seaside, has been built between the Marina of Cascais and the Guincho Beach by the City Hall of Cascais. Along the route various geomorphosites can be found. Though widely studied by the scientific community, they haven’t been publicized as geotouristic attractions amongst cyclists or walkers, who use the track.
Building on a previous project, in which geomorphologic points of attraction were identified and classified along the track, new work was developed to identify and classify new elements, and a map was produced with the location and detailed description of each geosite and geomorphosite. It is our intention to disseminate the findings of these projects and share with the general public the geomorphologic richness of this waterfront.
Being fully aware that the involvement of different stakeholders is of crucial importance to the preservation of geosites and geomorphosites, from their identification and classification to their disclosure, we wish to engage Cascais City Hall and local cycling and walking groups in spreading the word on the geotouristic route Cascais-Guincho.
Brochures will be produced and made available to the public at key locations at the beginning of the route. The information will also be freely displayed on a community-based web platform and the geomorphosites will be signaled along the route. The initiative will, furthermore, be published on the local media.
The geotouristic route allows the visitor to enjoy a total of eight geomorphosites (e.g. Boca do Inferno, Matacães, Chaminé Vulcânica) and two geosites (Guia’s fossil cliff and cliff dykes and sills), either by walk or cycling.

Finally, this work in progress aims at analyzing the difficulties faced during the implementation of a project such as this one, dependent on the contribution of several social partners and the involvement of different science communication agents.

A AÇÃO DOS PIPKRAKES NA MOBILIZAÇÃO DE SOLO NA SERRA DE SANTA HELENA

The action of needle ice in the mobilization of soil in Serra de Santa Helena

Meneses, Bruno Miguel, IGOT - Universidade de Lisboa, Portugal, santana.meneses@gmail.com

Referência bibliográfica
Meneses, B.M. (2013) – A Ação dos Pipkrakes na Mobilização de Solo na Serra de Santa Helena. VI Congresso Nacional de Geomorfologia. Coimbra 2013, Actas/Proceedings, Coimbra, pp. 213-217. ISBN: 978-989-96462-4-7. http://www1.ci.uc.pt/ieg/apgeom/atas_content/html/S1p3.html

RESUMO

Os pipkrakes são um importante agente na morfogénese atual da Serra de Santa Helena, pela quantidade de solo mobilizado durante o ciclo gelo-degelo. Numa vertente desta serra monitorizou-se o movimento de partículas de solo por estes filamentos de gelo e aferiu-se a quantidade de solo perdido. Durante os primeiros quatro dias anticiclónicos da monitorização, não se verificou a fusão dos pipkrakes, apenas a formação de uma nova unidade na secção inferior (junto ao solo), o que causou a elevação dos sedimentos superficiais até cerca de 12cm. Nos 3 dias seguintes, aumentou a temperatura e ocorreu a fusão, deslocando-se os sedimentos à superfície cerca de 6cm para jusante, do qual resultou a perda de 32,97g/m2 de solo. Estes resultados evidenciam o papel dos pipkrakes na dinâmica atual destas vertentes, não só pelo solo erodido, mas também por proporcionarem a sua desagregação e desta forma aumentarem de perda por outros processos erosivos.

ABSTRACT

The needle ice is an important agent in current morphogenesis of Serra de Santa Helena, because of soil erosion during the freeze-unfreeze cycle. This fact was verified after monitoring the movement of soil particles by these filaments of ice in one slope of the mountain. During the first four anticyclonic days of the monitoring period, we don’t have fusion of the needle ice, only the formation of a new unit in the lower section near ground, causing the elevation of the sediments in the surface at about 12cm. In the following 3 days, the increasing temperature and the merger occurred, moving sediments to surface about 6cm towards the downstream side which resulted in 32,97g/m2 of soil loss. These results reflect the importance of needle ice in current dynamics of these slopes, not only by soil eroded, but also for its desegregation, thereby providing increased loss by other erosive processes.

1.     INTRODUÇÃO


Os pipkrakes têm um papel relevante na erosão do solo (Pérez, 1984). Estes, também conhecidos na língua inglesa por needle ice (Lawler, 1988), são pequenos filamentos verticais de gelo com cerca de 1mm2 de secção que podem atingir um comprimento aproximado de 10cm, formados pela segregação de gelo próximo à superfície do solo durante noites calmas e sem nuvens (Outcalt, 1971, citado em Branson et al., 1996, p.459). Geralmente, estes filamentos desenvolvem-se sempre na vertical e elevam os grânulos ou sedimentos da unidade posterior, i.e., a camada superficial do solo, proporcionando o seu movimento vertical e horizontal durante um ciclo de gelo-degelo (Vieira, 1996). Este processo tem elevada importância, não só na desagregação do solo, mas também no seu transporte (Pérez, 1984; Branson et al., 1996). Esta desagregação é um fator que proporciona o aumento de perda de solo por erosão hídrica, sobretudo quando ocorre em simultâneo com o splash, processos com capacidade de libertação de partículas do solo, podendo dar início à formação de formas erosivas de maior dimensão, quando se proporciona a escorrência concentrada (Pedrosa et al., 2001). Segundo Vieira (1996, p. 10) a fusão destes pipkrakes pode originar a ocorrência de pequenos mudflows, sendo estes a associação entre o mecanismo de gelifluxão resultante da taxa de fusão mais rápida do que o solo pode drenar (elevada tensão de água intersticial).

2.     MATERIAL E MÉTODOS

2.1.     Área de estudo (Serra de Santa Helena)


A Serra de Santa Helena localiza-se no Concelho de Tarouca. Apresenta uma altitude de 1100m e declives bastante acentuados nas vertentes expostas a NE (>45º); já as vertentes a SW têm menor declive (5 a 15º). Quanto ao tipo de solo, predominam os Leptossolos úmbricos (de granitos e rochas afins), encontrando-se estes ocupados essencialmente por mato arbustivo nas vertentes expostas a NW e vegetação herbácea nas vertentes voltadas para a Cidade de Tarouca (E e NE), local afetado recentemente por um incêndio florestal que destruiu toda a vegetação de porte arbustivo e arbóreo. No setor superior das vertentes predominam os afloramentos de rochas graníticas. Quanto ao clima onde se insere esta serra, este é caracterizado por Daveau et al. (1985) como continental, acentuado pela posição topográfica, com verões moderados (23 a 29ºC) e invernos muito frios (mais de 40 dias com temperatura inferior a 0ºC).


 Figura 1. Enquadramento geográfico da Serra de Santa Helena (esquerda) e a vista de perfil da mesma (direita).

2.2.     Monitorização da mobilização de solo por pipkrakes


Para a monitorização da quantidade de solo movido pelos pipkrakes durante o ciclo gelo-degelo, instalou-se numa vertente exposta a NE da serra (41º00’25,23’’N 7º47’48,65’’W) um coletor para recolha de sedimentos movimentados durante o mesmo, conforme o esquema da Figura 2. A área delimitada de solo corresponde a uma parcela de 1m2 e tem aproximadamente 46º de inclinação, encontrando-se sem qualquer tipo de ocupação vegetal. Pintaram-se alguns sedimentos e marcou-se a sua posição inicial em função das distâncias às barreiras laterais que limitam a parcela, com o intuito de se aferir a distância percorrida horizontalmente pelos mesmos após o degelo. Esta monitorização realizou-se entre os dias 16 e 22 de Janeiro de 2011 (dias anticiclónicos secos). Também se instalou um posto termométrico junto a esta parcela, para posterior análise da variação da temperatura. O datalogger utilizado neste posto ficou a cerca de 1,5m do solo. O solo depositado no coletor resultante do movimento proporcionado pelos pipkrakes, foi analisado em laboratório, aferindo-se o peso total (depois de seco), a sua textura e teor em matéria orgânica. Recolheu-se ainda uma amostra de solo na parcela para comparação das caraterísticas físicas com o solo recolhido no coletor.


Figura 2. Metodologia usada em campo para quantificar o solo movido por ação de pipkrakes.

3.     RESULTADOS E DISCUSSÃO 

3.1.     Formação de pipkrakes na área de estudo


No período em monitorização, verificou-se na parcela em estudo a formação de uma nova unidade de pipkrakes junto ao solo em cada noite dos primeiros quatro dias e o degelo destas formações nos dois últimos dias. A formação consecutiva destas unidades proporcionou a elevação das unidades superiores, atingindo os sedimentos à superfície uma elevação na ordem dos 12cm (Fig. 3). Com o degelo, estas formações foram tombando para jusante, processo que proporcionou o movimento destes sedimentos horizontalmente, ficando parte destes retidos no coletor aqui instalado. A formação consecutiva destes pipkrakes deve-se, também, à fraca exposição solar desta vertente.

 
Figura 3. Pipkrakes numa vertente exposta a NE da Serra de Santa Helena. Vertente com a película superficial do solo levantado por pipkrakes e alguns depósitos de sedimentos (esquerda). Perfil de várias unidades de pipkrakes na parcela monitorizada (direita).

3.2.     Variação do desenvolvimento dos pipkrakes em função da temperatura


Analisando o perfil do corte das unidades de pipkrakes da Figura 3 e as temperaturas diárias registadas no posto termométrico (Quadro 1), verifica-se que o desenvolvimento destas unidades está diretamente relacionado com a variação da temperatura mínima registada. No dia 17 de Janeiro, em que se verificou a temperatura mais reduzida, foi quando os filamentos se desenvolveram verticalmente com maior expressão (cerca de 4cm). A 19 de Janeiro, a temperatura mínima registada foi um pouco mais elevada, de -0,8ºC, verificando-se um menor desenvolvimento dos pipkrakes. A partir deste dia, houve um aumento de temperatura, acima dos 0º, não havendo formação de filamentos, mas apenas a fusão das unidades de pipkrakes superiores. No final do dia 21 de Janeiro já não se notou a sua presença devido ao degelo total. As amostras de solo recolheram-se no dia seguinte.

Quadro 1. Temperatura mínima e máxima registada pelo datalogger do posto termométrico instalado no campo.

16-01-2011
17-01-2011
18-01-2011
19-01-2011
20-01-2011
21-01-2011
22-01-2011
T. Máx. (ºC)
6,1
5,4
5,8
6,7
7,9
8,6
12,8
T. Min. (ºC)
-1,1
-1,5
-1,3
-0,8
0,1
2,4
3,2

3.3.     Solo movido por pipkrakes


Segundo Vieira (1996), apoiado no modelo apresentado por Birot (1981, p.304), quanto maior o tamanho do pipkrake e declive da vertente, maior será o movimento das partículas (por gravidade após a fusão). Este autor também menciona a existência de elevada complexidade neste movimento, pois podem ocorrer outros processos (e.g. micro-deslizamentos ou toppling) que originam diferentes trajetórias na movimentação das partículas. Este facto foi observado neste estudo através do movimento dos sedimentos pintados, que permitiu registar uma deslocação média de 4,91cm para jusante dos sedimentos levantados pelos pipkrakes que se formaram na parcela, após a sua fusão.
Quanto ao solo recolhido no coletor instalado a jusante da parcela, depois de seco na mufla a 105ºC durante 24 horas, obteve-se o total de 32,97g. Este foi reintroduzido novamente na mufla a 500ºC para se remover a matéria orgânica (MO) por ignição, determinando-se posteriormente a granulometria, obtendo-se os resultados apresentados no Quadro 2. A amostra de solo recolhida na parcela foi alvo dos mesmos procedimentos. Os resultados obtidos revelam maior percentagem de sedimentos grosseiros no solo do coletor (85,18% do total), face ao que se verificou no solo da parcela (80,12 do total), evidenciando-se desta forma a maior capacidade dos pipkrakes na movimentação dos sedimentos de maior volumetria. Ao longo da vertente onde se monitorizou a erosão de solo, há vários depósitos de sedimentos grosseiros e pequenos blocos na base de microtaludes, facto explicado pela ocorrência destes processos realçando-se, assim, a sua importância na dinâmica atual destas vertentes. A movimentação de blocos devido a estes processos também é referida por Vieira (1996).

Quadro 2. Composição física do solo recolhido no coletor e na parcela de solo em monitorização (%).
Amostra
(>2mm)
Areia grossa
 (0,1 - 2mm)
Areia fina
(0,05 - 0,1mm)
Limo
(0,002 - 0,05mm)
Argila
(0 - 0,002mm)
MO %
Coletor (A)
43,0900
42,0900
10,3489
1,1523
0,5686
2,7502
Parcela (B)
41,3100
38,8111
9,0980
5,9209
1,9400
2,9200
A-B
1,7800
3,2789
1,2509
-4,7686
-1,3714
-0,1698

4.     CONCLUSÃO


Através das técnicas utilizadas na monitorização da perda de solo por pipkrakes, verificou-se que este processo tem um papel relevante na modelação das vertentes da Serra de Santa Helena, pela quantidade de solo erodido e por proporcionar a movimentação de pequenos blocos. No período de monitorização ocorreu apenas um ciclo gelo-degelo, com a formação consecutiva de várias unidades de pipkrakes nos dias com as temperaturas mais baixas, fator que permitiu a sobrelevação dos sedimentos superficiais até 12cm. Quando ocorreu a fusão destas formações, verificou-se movimentação média de 4,91cm da película superficial de solo para jusante na parcela de solo monitorizada, distância explicada pelo declive da parcela e pela queda resultante da altitude a que estes sedimentos foram elevados pelos pipkrakes. Esta movimentação também se comprovou pela quantidade de solo retido no coletor, do qual foi possível observar a seletividade dos pipkrakes na elevação de sedimentos grosseiros e consecutiva movimentação horizontal. A presença de múltiplos depósitos de sedimentos grosseiros ao longo da vertente onde se realizou o estudo evidencia a influência dos pipkrakes na morfogénese atual desta serra. Sendo os resultados apresentados apenas de um ciclo gelo-degelo, seria interessante monitorizar noutros períodos anticiclónicos e noutros locais em que se formem pipkrakes, de forma a comparar a perda de solo induzida por estas formações policíclicas, em função das diferentes características físicas das vertentes e ocupação do solo.

REFERÊNCIAS

Birot, P. (1981) – Les processus d´érosion à la surface des continents. Masson, Paris.
Branson, J.; Lawler, D. & Glen, J. (1996) - Sediment Inclusion Events During Needle Ice Growth: A Laboratory Investigation of the Role of Soil Moisture and Temperature Fluctuations. Water Resources Research, vol. 32, n.º 2, pp. 459-466.
Daveau, S. & Colaboradores (1985) - Mapas Climáticos de Portugal. Nevoeiro e Nebulosidade. Contrastes Térmicos. Centro de Estudos Geográficos, Memória N.º 7, Lisboa.
Lawler, D.M. (1988) - A bibliography of needle ice. Cold Regions Science and Technology, vol. 15, n.º 3, pp. 295-310.
Outcalt, S. (1971) – An algorithm for needle ice growth. Water Resources Research, vol. 7, n.º 2, pp. 394-400.
Pedrosa, A.; Bateira, C.; Soares, L. & Silvério, M. (2001) – Metodologia para o Estudo dos Ravinamentos. Metodologias de Estudo de Processos de Erosão dos Solos, Porto, pp. 85-98.
Pérez, F.L. (1984) -Striated soil in an Andean paramo of Venezuela: Its origin and orientation. Arctic Alpine Research, vol. 16, pp. 277-289.
Vieira, G. (1996) – A Acção dos Pipkrakes na Morfogénese Actual na Serra na Serra do Gerês. Revista Finisterra, vol. XXXI, n.º 61, pp. 3-28.